A escolha de Sofia

Li hoje (é, costumo acordar cedo – o sol nasce, acabou o sono) dois textos interessantes, atribuídos a Rodrigo Constantino e Arnaldo Jabor.

Não os transcreverei na íntegra, porque acabam se tornando partidários, e não é este meu interesse. Mas são reflexões bastante oportunas em tempos de (ainda) eleição.

Notem que, infelizmente, servem para qualquer (ou a grande maioria) dos partidos, coligações ou ideologias no Brasil político de hoje (leia-se aqui décadas).

Seguem alguns trechos:

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." (Arnold Toynbee)

"A escolha de Sofia" é a história que acontece no campo de concentração nazista de Auschwitz, vivida por uma mãe judia, que é forçada por um soldado alemão a escolher entre o filho e a filha - qual seria executado e qual seria poupado. Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe o menino, que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém nunca mais tem notícias dele. A questão é tão terrível que o título se converteu em sinônimo de "decisão quase impossível de ser tomada".

" Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia. Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum? Respeito meus colegas liberais, que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário...”

“No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, 'explicáveis' demais. Toda a verdade é descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados são catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira! Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!”