quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A fórmula da mudança - por Eduardo C. Moura

Com contribuições da sempre querida Clarissa, comentário que fiz em seu blog ao ler o belo texto publicado:




A "anestesiante ignorância" vinha da fuga do espelho e do uso de roupas sempre folgadas...
Isso de fato trazia a falta de percepção. Não sabia o meu real tamanho.
Foi meu marido que me despertou. Alguém tinha que fazê-lo, não? Doído...
A visão inspiradora, o sonho, foi a vontade, ainda incerta, de ter outro filho. Impossível com tanto peso, aquilo era um fato.
A ação foi entrar no VP, e aí o processo de emagrecimento começou. Iniciei as minhas mil milhas particulares.
Mas aí veio a resistência: o apetite e a compulsão voltaram, o metabolismo deu uma parada... e o emagrecimento ficou pela metade, só percorri 500 milhas.
Agora, incomodou novamente. Despertei. Estou há 10 dias contando meus pontos (parece AA... e é, sim, uma dependência)
E vamos lá, um dia atrás do outro.

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A fórmula da mudança
* por Eduardo C. Moura

M = I x V x P > R
"Acho bastante didática esta “fórmula” proposta por D. Gleicher. Ela mostra os fatores básicos envolvidos em um processo de mudança, bem como sua inter-relação:
M=Mudança (o resultado final desejado);
I= Insatisfação;
V=Visão;
P=Primeiros Passos;
R= Resistência.
De fato, para haver mudança, primeiro é necessário que haja insatisfação.
Quando todos estão satisfeitos com o status quo, não há mudança. A satisfação pode ocorrer ou porque o sistema é realmente muito bom (e nesse caso a mudança não seria necessária) ou porque todos compartilham de uma anestesiante ignorância que não lhes permite enxergar os aspectos negativos (presentes ou futuros) do sistema. Uma vez que sistemas “realmente muito bons” são realmente muito raros, é muito consciente mais provável que o primeiro fator que bloqueia a maioria das mudanças seja a falta de percepção quanto aos problemas da realidade.
Então é pré-requisito que alguém (ou um grupo de pessoas) com poder de decisão ou influência desperte ou seja despertado quanto aos problemas atuais e seus efeitos negativos sobre o desempenho do sistema. Mas mesmo que o nível de insatisfação esteja altíssimo, ainda assim a mudança não ocorre se faltam os demais elementos da equação: também é necessária uma visão suficientemente inspiradora quanto ao estado futuro desejado para o sistema. Insatisfação sem visão é simplesmente desesperançaE visão sem insatisfação é apenas um dispensável conto de fadas. É certo que estes dois fatores andam juntos em um processo de mudança, mas também dependem de um terceiro fator crucial: um conjunto coerente de ações capazes de produzir o maior avanço possível em direção à visão. Já dizia um sábio da antiga China: “a caminhada das mil milhas começa com o primeiro passo”. Visão sem ação (primeiros passos) é tão-somente um sonho, e ação sem visão não produz mais do que estresse. De modo que o sinal de multiplicação na “fórmula” é bem colocado: existe uma total dependência entre insatisfação, visão e primeiros passos; são todos condições necessárias para a mudança.
Infelizmente, por não conhecer ou seguir estes pontos tão básicos, o cenário típico que se observa por aí são tentativas desastrosas de mudança. Em alguns casos,abundam as reclamações ou repreensões (apenas), porém sem apontar nenhuma visão ou o quê fazer de diferente. Em outras circunstâncias publica-se a “visão”, mas a coisa fica por aí mesmo: apenas uma insípida frase na parede. Ainda, em outras situações impera um “ativismo desfocalizado”, com ações inspiradas por algum modismo organizacional que privilegia a técnica sobre o propósito.
Mas a fórmula ainda fornece um último alerta: juntos, os três fatores têm que superar a resistência natural à mudança. Ainda que os consideremos simultaneamente, se o fizermos de maneira tímida e diluída entre vários outros “programas”, sem um senso de prioridade e urgência, tampouco teremos êxito. Concluímos que para haver mudança é indispensável que a insatisfação seja mostrada de modo tão pungente, e a visão seja revelada de modo tão inspirador e os primeiros passos sejam apresentados de modo tão lógico que se produza uma energia de transformação tão poderosa que simplesmente atropela a inércia, paradigmas e interesses relacionados com o “status quo”.http://www.qualiplus.com.br/blog-q/artigos-arquivados/70-a-formula-da-mudanca.html


Um comentário:

  1. O texto é mesmo excelente, preciso, contundente...
    Quanto ao que parece, assim o é...
    Sempre pensei (e falei) sobre isso.
    Aliás, falei sobre isso hoje com a Lilly.
    E, tanto é que, descobri recentemente, há até um grupo próprio: http://www.comedorescompulsivos.com.br/cca.htm

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