Você tem medo de que?

Estava eu fazendo as visitas diárias aos blogs das queridas amigas, quando "tropeço" no maravilhoso post da Lilith, do blog "Fiz da jaca minha pantufa".
Não vou contar aqui as mazelas sobre as quais ela escreveu, é só clicar no link acima (recomendo, você não vai mais parar de ler o que esta menina escreve), mas foi isto que me inspirou a estar aqui agora.
Sofremos muito com o excesso de peso, com a obesidade. Muito. Só quem viveu consegue quantificar este sofrimento.
Não caber em roupas, cansar ao mínimo esforço, ter pressão alta, não ter coragem de arriscar um rápido olhar para um espelho de corpo inteiro...
Muitos sofrimentos.
Mas tem algo que ela lembrou hoje. Objetos que provocam desespero.
Vou citar aqui alguns que tiravam o meu sono, na época em que eu era mais pesada. Mas tenho certeza que vocês também têm outros.
1 - A catraca (borboleta) do ônibus - nunca fiquei entalada, não cheguei a ser tão gorda. Mas que passava apertada e espremida, a isso passava;
2 - A maldita moto de meu marido - A moto era alta. Não tinha coragem de pisar no apoio que existe para os pés. Preferia elevar a perna e alcançar o outro lado sem a sua ajuda. Mas calça de gordo é calça apertada. E calça apertada não permite uma grande abertura das pernas. Resultado? Pedia para que ele parasse sempre ao lado de um passeio, para não precisar vivenciar uma situação tão constrangedora. E rezava para que sempre existisse um passeio.
3 - Cais de embarque e desembarque de barcos - trabalhava em comunidades pesqueiras, usava muito este infernal meio de transporte. Para entrar ou sair dos barquinhos, os cais (como será o plural disso, meu Deus?) eram invariavelmente muito baixos ou muito altos. E os pescadores, sempre tão gentis aqueles queridinhos extrativistas, não eram capazes de oferecer a mão em ajuda. Acho que esperavam o pior acontecer para poder rir.
4 - Cadeiras e banquinhos de plástico - já vi gordos quebrarem as pernas disto, nunca aconteceu comigo. Mas as imagens ficavam presas em minha mente, torturando.
São estes os infortúnios que me vêm à lembrança no momento.
E para cada caso, cada momento, são sempre dois os sacrifícios.
Primeiro, o sofrimento em si, o medo de que o pior possa acontecer. Segundo, o esforço supremo de disfarçar este medo, fazer de conta que nada disso existe.
Porque gordinho que é gordinho é feliz. É simpático. É amigo, conselheiro, e sempre ri das próprias dificuldades. Gordinhos são sempre tão queridos...
Agradeço à Lilith por me lembrar deste sentimentos. Estavam distantes, esquecidos, e são muito importantes para o meu processo de emagrecimento.
E hoje tive mais um apoio para reforçar minha persistência: a dor em meus joelhos, lembrando o excesso de peso a que os submeti por longos anos.
Vamos lá. Caminhando.
Uma semana de boas escolhas