Há 15 anos, era um ilustre desconhecido para o mundo. Sem estradas asfaltadas, permaneceu isolado. Permaneceu protegido.
De lá até os dias atuais, foi ligado ao "desenvolvimento e progresso".
Estradas, resorts, restaurantes, agências de turismo de aventura...
Resultado?
Bairro Santo Antônio, uma favela instalada na entrada da cidade, lugar destinado ao horto florestal municipal...
10 anos atrás, um candidato à prefeito, de olho no número de votos, organizou uma invasão com pessoas de cidades próximas, que não possuíam grandes expectativas. Promessas...
As famílias vieram e ficaram.
Pessoas sem qualificação profissional, não foram aproveitados pelo mercado de trabalho. Sem qualquer tipo de vínculo afetivo ou consangüíneo com seus vizinhos, tiveram dificuldade de formar uma comunidade, de criar relações.
A cada novo empreendimento turístico, mais pessoas eram trazidas para a obra, e ao final permaneciam na cidade, aumentando o número de excluídos.
Falta de planejamento.
Comunidade despreparada.
Drogas.
Marginalidade.
Marginalidade.
Turismo sexual.
E todos sabiam que seria assim, este é o destino de lugares com forte vocação turística, onde não há ações estratégicas do poder público nem organização social.
Tem muita gente boa por lá. Muita gente tentando fazer o seu pouquinho.
Na semana passada, tive o enorme prazer de conhecer alguns: Projeto Libélula (atendimento a meninas em risco social), ONG Mecenas da Vida (Projeto Turismo Carbono Livre e outros), ONG Floresta Viva (projetos variados), e tantos outros.
Ainda dá tempo de reverter o processo de turismo insustentável. Mas precisa articulação de todos os setores com definição de objetivos e ações comuns, dentro de tanta diversidade.
E cabe também aos turistas exigirem, com a pressão do poder econômico que possuem, um destino onde se respeite o Ser humano e a natureza.
Itacaré é, sim, belo. Mas está adoecendo.E não apenas Itacaré, mas toda aquela região, onde também localizam-se, em um pequeno raio, Barra Grande, Morro de São Paulo e Boipeba.
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