quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Belo Portugal








De fato, sou portuguesa, como atestam meus documentos. Nasci em Angola, à época Colônia daquele país, ainda bebê vim trazida em fuga para o Brasil, no início da guerra civil.
Sei, já contei tudo isso, mas nem todos leram...
Pois bem, a única vez que retornei à Portugal após aquela época foi com 09 anos. Depois disso, sempre haviam outras prioridades para o dinheiro.
Para minha alegria, estamos planejando uma viagem a terras lusitanas em dezembro ou fevereiro. Não me contenho de tanta felicidade.
Apesar do fato dos portugueses de Angola, como toda minha família, possuírem uma cultura singular, comparando com os que habitavam em Portugal, muito do que aprendi e vivi, culinária, educação, religião, linguagem... Tudo se originou por aquelas terras, e ainda guardam muita semelhança.
Os pães que minha mãe faz (e que agora começo também a fazer)...
O caldo verde, com linguiças aos pedaços...
As inúmeras apresentações de bacalhau, sempre com muito alho, cebola, batatas e azeite...
Batatas a murro, com muito azeite e alho, açorda de mariscos...
Rocambole de laranja, bolo de melaço, pastéis de feijão...
Tudo bem, sei que só falei de comida, nada de outras expressões culturais. Mas é que, em meus constantes contatos com pessoas de distintos povos e origens, percebi ser esta uma das mais fortes expressões culturais – a gastronomia.
Mas para não ficar apenas por este viés, deixo aqui um testemunho: a incrível capacidade de receber, de forma gentil e educada, que minha mãe possui. Só que isto não é exatamente mérito de portugueses, ou brasileiros, ou angolanos, ou de qualquer outro povo.
É mérito da educação que se dava antigamente, e que hoje cada vez mais se perde.
Voltando a Portugal: As fotos que posto hoje são do arquivo de meus pais, quando lá foram em 2008. Estão totalmente sem ordem, já que a viagem não foi minha... Mas atestam a grande beleza do país.
Muito “GIRAS”!!!
E assim encerro a trilogia - Baixo sul, Salvador, Portugal.



6 comentários:

  1. Nina, você tem uma maneira muito delicada, tanto na forma como escreve quanto nos comentários que faz nos nossos blogs. Sempre viajo nas suas histórias e me emociono quando leio um comentário seu. Vc capta a poesia que existe em tudo. Obrigada pelo carinho, viu? Pelo visto não foi só a mamãe que recebeu uma educação diferenciada e esmerada.
    Bjs e fique bem.

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  2. Quem verdadeiramente me emocionou foi você. Muito obrigada, de coração

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  3. Nossa!
    Ainda estou dançando ao som da Timbalada, e você já me põe na terra do fado????
    Tá parecendo o Google Earth, quando dá aquelas "viradas", que nos deixam até tontas...
    Peraí que eu vou lá ler o post!
    Pelo comentário da Zá, já vi que vai ser mais um "daqueles"...
    Aliás, desde já, faço minhas as palavras dela.
    "Esmerada educação"... foi o "resumo da ópera", ou melhor, o resumo da Nina!
    Beijos.

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  4. Oi, Nina ! Vi seu blog no blog da Lu francesa, também estou na luta pra emagrecer, quero perder quase o mesmo que vc, mas eu ainda não perdi nada... mas muitoooos parabééns pra vc ! Acho Portugal e todos os paises da europa tão charmosos, tem um ar de romantico, de tranquilidade, lindas suas fotos, amei. bjuus

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  5. Obrigada, querida.
    Tentei entrar em seu blog pelo link do nome, mas o perfil não está liberado. Será que você é a Luluzinha que aparece no blog do desafio?

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  6. "Forma gentil e educada..."
    Então está aí a resposta: filhinha de peixe...
    A Zá está mesmo certa...
    É o seu olhar que transforma tudo, e depois os diamantes voltam para nós burilados...
    Passam a ter uma razão de ser, e de existir...
    As fotos escolhidas revelam a sua "mirada"...
    E vemos um Portugal monumental, e ao mesmo tempo, bucólico e humilde, tradicional e arrojado, expansivo e introspectivo...
    Mas, em todos os momentos, um Portugal de céu muito azul...
    Quanto à forma de filtrar a sabedoria da vida através daquilo que, para muitos, é apenas "comida", amiga, você é ímpar...
    Quanta coisa não se aprende nas grandes refeições em que se reúnem a família, aquele parente distante, ou o conhecido "importante" que veio de terras distantes, contando das coisas de muito além da nossa visão...
    Quanto não se aprende quando se percebe que, as maiores barreiras erguidas pelos seres humanos, não resistem à química de um ingrediente "de lá" misturado a um ingrediente "de cá"...
    "Olhos de ver, ouvidos de ouvir..."
    Não não é pra quem quer, é pra quem "tem"...como você!
    Beijos.

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