segunda-feira, 14 de maio de 2012

Continentalidades


Sim, somos brasileiros, todos pertencentes a um único país.
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Temperaturas negativas na Serra Gaúcha, e eu aqui na Bahia, sonhando com um ar condicionado. Ou uma chuvinha que regue o gramado.
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Nas últimas 24h choveu na zona metropolitana de Vitória, Espírito Santo, cinco vezes o volume esperado para o mês de maio.
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No sertão da Bahia, a pior seca dos últimos 47 anos. 47 anos até agora, pois as próximas chuvas apenas são esperadas a partir de novembro. Gado morrendo de fome e sede, plantações perdidas, comércio esvaziado.
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Enquanto no Sul se toma chimarrão, no Nordeste se come caranguejo e acarajé.
Danças, sotaques e costumes, então, nem se fala.
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Apenas para sair da Bahia, no percurso mais curto, tenho que viajar por 200km. Para transpor as fronteiras nacionais, então...
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Agradeçamos a D. Pedro I e às suas estratégias de manter as regiões unidas, o tamanho continental deste país.
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Um passado onde se destacavam a exploração, a escravidão e a ditadura. Uma atualidade onde imperam a violência e a roubalheira.
Vinte e alguns (?) estados maiores que muitos países. Oito mil quilômetros de praias e toda uma Amazônia para defender, muitas vezes de nós mesmos. Outros tantos milhares de quilômetros de fronteiras para evitar o tráfico de drogas e o contrabando. Quase 200 milhões de habitantes para providenciar educação, saúde, lazer, transporte, moradia...
E pasmem, o país tem crescido, ou ao menos sobrevivido, em meio à crise mundial.
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É.
Acho que Deus é mesmo brasileiro.
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E mesmo assim, não era aqui que queria eu estar... E confesso que também nem sei onde seria...


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